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O papel da Educação e Formação profissional (EFP) nas transições verde e digital e na recuperação da UE da pandemia do coronavírus esteve no centro da Semana Europeia de Competências 2020, a primeira a ser realizada virtualmente, entre 9 e 13 de novembro.
O tema deste ano foi a EFP para as Transições Verde e Digital, de acordo com as prioridades da Comissão, um “Acordo Verde Europeu” e uma “Europa adequada à era digital”.
No evento de lançamento, o Comissário Europeu para o Emprego e os Direitos Sociais, Nicolas Schmit, afirmou que vamos recuperar desta crise e preparar o futuro através da educação e formação profissional. São precisas pessoas qualificadas para dominar as transições digital e verde e a EFP estará completamente integrada nessas transições.
Um dos destaques da semana foi o lançamento do Pacto pelas Competências pelo Comissário Schmit e pelo seu homólogo para o Mercado Interno Thierry Breton. O pacto é uma iniciativa fundamental da Agenda de Competências Europeia atualizada, com o objetivo de mobilizar recursos e dar incentivos a todas as partes interessadas relevantes para tomarem medidas reais para melhorar as competências e requalificar as pessoas.
Na conferência principal sobre excelência em EFP para as transições verde e digital, a Ministra Federal Alemã para a Educação e Pesquisa, Anja Karliczek, co-anfitriã da Semana, no âmbito da atual Presidência Alemã da UE, referiu-se à declaração de Osnabrück para modernizar a EFP europeia e aprofundar a cooperação transfronteiriça, com assinatura marcada para 30 de novembro.
Segundo Anja Karliczek, a intenção é utilizar a declaração de Osnabrück para desenvolver um setor de formação profissional europeu inovador e flexível e uma nova cultura de educação contínua. Esta é uma das prioridades centrais da atual Presidência alemã da UE.
O Diretor do Cedefop – Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional, Jürgen Siebel disse, na mesma conferência, que a EFP e sobretudo a EFP contínua devem responder às necessidades do mercado de trabalho em constante mudança, mas devem também ser facilitadoras da inovação, proatividade e resiliência. Afirmou ainda que a próxima década será a da educação e formação profissional.
Numa sessão paralela da mesma conferência, sobre necessidades de competências para o futuro, foi referido que 45% dos adultos da UE têm potencial para serem qualificados ou requalificados, um número estimado antes da pandemia. A crise, combinada com as transições gémeas, tornaram a (re)qualificação ainda mais importante.
A perspectiva europeia de validação da aprendizagem não formal e informal foi apresentada num workshop dedicado, onde foram discutidas as orientações europeias sobre a validação destes tipos de aprendizagem.
O Conselho tem vindo a recomendar aos Estados-membros, nos últimos anos, que estabeleçam disposições nacionais para validação de competências adquiridas fora da educação e formação formal: no trabalho, em casa ou em atividades voluntárias.
Estas disposições permitirão aos indivíduos aumentar a visibilidade e o valor dos seus conhecimentos, aptidões e competências. Foi ainda salientada a importância do “Inventário Europeu” nesta matéria. Embora a validação deva ser adaptada e flexibilizada ao indivíduo, é fundamental que haja coerência entre as diferentes partes do sistema.
Os trabalhos da semana encerraram com a entrega dos Prémios “VET Excellence”. O Comissário Schmit afirmou, durante a cerimónia, que a Semana Europeia das Competências mostrou o que a educação e a formação profissional têm para oferecer.
Os participantes demonstraram que a EFP pode ser inovadora e uma ponte para o novo mundo digital e verde do trabalho. Segundo Nicolas Schmit, este é um momento anual muito importante para promover a educação e a formação profissional e salientou a necessidade de a tornar mais ágil, digital e acessível aos trabalhadores de todas as idades e durante toda a vida. Concluiu dizendo que a EFP é um caminho único para o emprego.
Fonte:Cedefop/POCH